Túnel Santos-Guarujá: valor da obra sobe e leilão é agendado para setembro

O edital de licitação do túnel Santos-Guarujá foi republicado pelo governo de São Paulo e a data para leilão da obra, que antes era prevista para o começo de agosto, foi alterada para 5 de setembro.
O que aconteceu
Concessionária que assumir obra deve investir R$ 6,4 bilhões, valor R$ 840 milhões maior do que o estimado inicialmente. A nova versão do edital foi publicada no Diário Oficial do Estado ontem.
Mudança na data aconteceu para "maturação" das propostas, segundo o governo. O leilão vai ser feito às 16h na sede da B3, no centro de São Paulo. O prazo da concessão é de 30 anos.
Aumento do valor da obra foi resultado da revisão de custos de materiais como concreto, drenagem e paredes. Segundo o governo de São Paulo, parte das mudanças no edital inicial aconteceu após contribuições de investidores internacionais no roadshow internacional, evento promovido pelo governo do estado em abril.
Caso a obra saia do papel, este será o maior túnel submerso da América Latina. O objetivo é garantir mais segurança e agilidade no deslocamento entre Santos e Guarujá. O projeto faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo.
Túnel é aguardado há quase cem anos
Não há data oficial para inauguração do túnel. As cidades são separadas pelo canal do estuário, a uma distância de 400 metros, o que traz desafios à mobilidade urbana da população. A distância é percorrida em aproximadamente sete minutos, sendo que a espera para a travessia pode variar de 15 minutos até mais de uma hora, dependendo das condições da maré no estuário.
A construção do túnel é uma promessa antiga de diferentes governos. Hoje, a ligação entre as duas cidades é feita pela rodovia Cônego Domenico Rangoni (SP-055), com 43 km de extensão, e pelas balsas das travessias litorâneas (istradas pelo Departamento Hidroviário), que levam em média 18 minutos para concluir a travessia. De acordo com o governo federal, as conexões hoje disponíveis entre os municípios também apresentam impactos na operação do Porto de Santos, formado por um conjunto de terminais voltados à armazenagem e à movimentação de cargas e ageiros.
Ligação direta entre as duas cidades é demanda histórica da Baixada Santista. O túnel servirá como ligação seca entre os dois municípios para o deslocamento de veículos, bicicletas e pedestres. Atualmente, mais de 21 mil carros cruzam diariamente as duas margens utilizando balsas e catraias, além de 7.700 ciclistas e 7.600 pedestres.
A obra vem sendo discutida há pelo menos 98 anos. Em janeiro de 1927, o jornal A Tribuna publicou uma reportagem sobre a construção do túnel. O texto cita a ideia do engenheiro Enéas Marini, que também planejava um túnel entre Rio de Janeiro e Niterói.
Como será o túnel entre Santos e Guarujá?
Nova ligação entre cidades. O túnel submerso fará a ligação entre o cais de Outeirinhos, no bairro do Macuco, em Santos, e o Linhão da Codesp, no bairro de Vicente de Carvalho, no Guarujá.
Tempo da travessia deve cair para cerca de dois minutos. A projeção é da Autoridade Portuária de Santos.
A travessia pela estrada dura 60 minutos. O objetivo principal da obra é melhorar o fluxo de carros, pedestres e cargas entre as duas cidades do litoral.
Toda a estrutura terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersa. Haverá três faixas de rolamento por sentido, com uma delas para a agem do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos). O túnel será aberto par travessia de pedestres e ciclistas.
Governo prevê que construção do túnel deve gerar 9.000 empregos diretos e indiretos. Ao todo, 86% do investimento será dividido entre o Ministério de Portos e Aeroportos e o governo de São Paulo. O restante do valor será custeado pela iniciativa privada.