Irã ameaça atacar bases dos EUA na região em caso de conflito militar
DUBAI (Reuters) - Se as negociações nucleares fracassarem e surgirem conflitos com os Estados Unidos, o Irã atacará as bases dos EUA na região, disse o ministro da Defesa, Aziz Nasirzadeh, na quarta-feira, dias antes da sexta rodada planejada de conversações nucleares entre Irã e EUA.
"Algumas autoridades do outro lado ameaçam entrar em conflito se as negociações não se concretizarem. Se um conflito nos for imposto... todas as bases dos EUA estão ao nosso alcance e nós as atacaremos corajosamente nos países anfitriões", afirmou Nasirzadeh durante uma coletiva de imprensa semanal.
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem ameaçado repetidamente o Irã com bombardeios se o país não chegar a um novo acordo nuclear.
A próxima rodada de negociações está prevista para esta semana, com Trump dizendo que as negociações seriam realizadas na quinta-feira, enquanto Teerã diz que elas acontecerão no domingo em Omã.
Espera-se que o Irã entregue uma contraproposta a uma oferta anterior dos EUA para um acordo nuclear que rejeitou. Trump afirmou na terça-feira que o Irã estava se tornando "muito mais agressivo" nas negociações nucleares.
Teerã e Washington estão em conflito sobre a questão do enriquecimento de urânio em solo iraniano, que as potências ocidentais dizem ser um caminho em potencial para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã afirma que seu programa nuclear é puramente para fins civis.
"Ao retomarmos as negociações no domingo, está claro que um acordo que possa garantir a natureza pacífica contínua do programa nuclear do Irã está ao nosso alcance -- e pode ser alcançado rapidamente", disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, em uma publicação no X na quarta-feira.
Outro ponto de atrito nas negociações foi o programa de mísseis do Irã. Os mísseis balísticos são uma parte importante do arsenal do Irã.
Nasirzadeh disse que Teerã testou recentemente um míssil com uma ogiva de duas toneladas e não aceita limitações.
(Reportagem da Redação de Dubai)