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'Me desculpe, não tive intenção de acusar', diz Bolsonaro a Moraes

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Do UOL, em São Paulo e em Brasília

10/06/2025 14h59Atualizada em 10/06/2025 16h02

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou em depoimento ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que não tinha indícios ao acusar ministros da corte de manipulação das eleições durante reunião em seu governo.

O que aconteceu

Bolsonaro disse que usava questionamentos a ministros como "retórica". Moraes citou trechos em que ex-presidente faz insinuações sobre ministros da Corte em reunião realizada no dia 5 de julho de 2022 e questionou Bolsonaro se teria indícios. "Olha o Fachin. O cara não tem limite e não vou falar que o Fachin tá levando 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí. O que o Barroso tá levando, 30 milhões de dólares. Não vou falar isso aí, que o Alexandre de Moraes tá levando 50 milhões de dólares. Não vou falar isso aí. Não vou levar para esse lado. Não tenho prova, pô. Mas algo esquisito está acontecendo."

Em resposta, Bolsonaro disse que não tinha indícios para fazer a afirmação. "Não tem indício nenhum, ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei. Então, me desculpe, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores", afirmou Bolsonaro.

Moraes começou o interrogatório perguntando da reunião ministerial em 5 de julho. "A construção da narrativa é deslegitimar a Justiça Eleitoral", disse ministro. Moraes citou, então, trechos em que Bolsonaro questiona se "alguém acredita em Fachin, Barroso, Moraes". Ele citou afirmações em uma reunião e perguntou qual o fundamental de Bolsonaro para alegar fraude nas urnas.

Em sua defesa, Bolsonaro disse que a crítica às urnas não é "algo privativo" dele. Ex-presidente citou palavras atribuídas ao ministro Flávio Dino que também questionariam as urnas. Depois citou, Carlos Lupi. "Batalhei muito na Câmara pelo voto impresso". Ele disse ainda que "sempre lutou pelo voto impresso."

Bolsonaro disse ainda ter exagerado na "retórica". "Se eu exagerei na retórica, devo ter exagerado com toda a certeza, mas o meu intuitivo sempre foi é mais uma camada de proteção", afirmou. Depois disse que como presidente repetiu "retórica" da época de parlamentar. "Essa foi a minha retórica, que usei muito enquanto deputado e depois como presidente, também buscando aí o voto impresso como uma forma a mais de termos mais uma barreira para evitar qualquer possibilidade de se alterar o resultado de umas eleições."

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