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Seleção de Ancelotti tem mais variações em dias que antecessores em meses

do UOL

Do UOL, em São Paulo (SP)

11/06/2025 05h30

O técnico Carlo Ancelotti já conseguiu montar a seleção brasileira em três esquemas táticos diferentes em menos de dez dias de trabalho. Em sua primeira Data Fifa, o italiano já demonstrou mais do que antecessores em meses.

As formações de Ancelotti

A seleção jogou contra o Equador no 4-3-3, com um meio-campo forte formado por Casemiro, Bruno Guimarães e Gerson. O esquema foi montado para ser forte defensivamente e segurar o ímpeto equatoriano jogando em casa e diante de um campo ruim.

Diante o Paraguai, Ancelotti quis mostrar outra cara da seleção e montou o time com quatro atacantes e uma pressão alucinante. O técnico Gustavo Alfaro, do Paraguai, se rendeu à pressão forte e rápida do Brasil.

No sistema utilizado diante dos paraguaios, Matheus Cunha jogou como um camisa 10 no lugar do centroavante fixo Richarlison. Com isso, Martinelli, que ganhou chance, se alternou a todo momento com Vini Jr. pelo lado esquerdo.

No momento mais crítico da partida, Ancelotti colocou Beraldo no lugar de Alex Sandro e desenhou uma saída de bola com três zagueiros. Beraldo fechava o lado esquerdo sem a bola, mas quando a seleção tinha a posse, virava um terceiro defensor e Martinelli fazia a função de ala. A mudança cessou a pressão que o Paraguai imprimia em parte da segunda etapa.

Seja no 4-3-3, no 4-2-4 ou com linha de três defensiva, a seleção conseguiu ter êxito no que se propôs a fazer. E foi só a primeira convocação de Ancelotti, com apenas nove dias de trabalho.

E os antecessores?

Fernando Diniz foi anunciado em julho de 2023 e ficou até dezembro, dirigindo o time em três datas Fifa. Foram seis jogos no total, com duas vitórias, um empate e três derrotas.

Em campo, Diniz tentou aplicar seu estilo tático autoral, mas quase nunca teve êxito. O único bom jogo da seleção brasileira com Diniz foi a estreia diante da Bolívia.

Em entrevistas durante a era Diniz, os jogadores sempre pediam tempo para se adequarem ao popular 'dinizismo'. Os resultados, porém, fizeram o tempo acabar rapidamente.

Dorival Jr chegou em janeiro de 2024 e ficou no comando da seleção até março de 2025, mais de um ano de trabalho. Ele teve seis convocações e um período de quase 30 dias ininterruptos com os jogadores durante a preparação para a Copa América.

Em campo, Dorival insistiu com um esquema com falso 9, alternando entre Rodrygo e Raphinha. Depois da eliminação na Copa América, até tentou utilizar um centroavante com Igor Jesus, mas não obteve êxito tampouco.

Com Dorival, foram 16 jogos: sete vitórias, sete empates e duas derrotas. Sua demissão veio após a goleada sofrida por 4 a 1 para a Argentina.

Antes dos dois, a seleção foi comandada interinamente por Ramon Menezes, que teve duas convocações e um desempenho desastroso: derrotas para Marrocos e Senegal, além de uma vitória sobre Guiné.

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