Dólar cai a R$ 5,53 e bolsa sobe com avanço de acordo entre EUA e China
A Bolsa de Valores brasileira subiu 0,51% e o dólar fechou o dia em queda de 0,54%, cotado a R$ 5,538, na menor cotação de fechamento desde 8 de outubro de 2024 (R$ 5,532). O resultado reflete o alívio do mercado financeiro com o avanço do acordo comercial entre China e EUA e com a divulgação da inflação norte-americana abaixo das expectativas.
O que aconteceu
Dólar comercial fechou em queda. Após oscilar próximo à estabilidade nas primeiras negociações do dia, a moeda norte-americana caiu em relação ao real. A variação compensa parte da alta observada na véspera.
Ontem, a moeda dos EUA subiu 0,14%. A variação reverteu a sequência de três baixas consecutivas do dólar ante o real, mas manteve a cotação abaixo de R$ 5,60.
Dólar para viajantes também recuou. O dólar turismo acompanhou o movimento da divisa comercial, e terminou cotada a R$ 5,568 para compra e R$ R$ 5,748 para venda, quedas de 0,64% na comparação com o fechamento de ontem.
Bolsa brasileira subiu. O Ibovespa, principal indicador acionário do país, engatou novo desempenho positivo ao fechar com alta de 0,51%, aos 137.128,04 pontos. O volume financeiro do pregão somou R$ 21,3 bilhões.
Inflação dos EUA
Preços nos EUA sobem menos do que o esperado. O IPC, índice que mede a inflação ao consumidor norte-americano, foi de 0,1% em maio, variação 0,2 ponto percentual abaixo das expectativas.
Resultado amplia otimismo sobre corte dos juros. A resultado era amplamente aguardado pelo mercado financeiro por sinalizar os próximos os da política monetária norte-americana e o futuro da taxa de juros dos Estados Unidos.
Agora, o Banco Central norte-americano não tem mais desculpas para não começar a cortar taxa de juros por lá.
Alison Correia, analista da Dom Investimentos
Guerra comercial
China e EUA fecham acordo comercial. Após dois dias de reuniões na Inglaterra, representantes das duas maiores economias do mundo chegaram a um acordo. O movimento reduz as tensões comerciais impostas desde a adoção de tarifas recíprocas que agravaram os temores de guerra comercial.
Negociações ainda devem ser aprovadas. As propostas ainda serão encaminhadas aos presidentes Xi Jinping e Donald Trump antes da oficialização do acordo. Segundo o secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, parte do tratado define o fim das restrições à exportação de terras raras da China para empresas norte-americanas.
IOF na mira
Alternativas à alta do IOF estão no radar. As definições para compensar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras trazem a elevação da tributação das casas de aposta e o Imposto de Renda de 5% sobre os rendimentos obtidos em títulos isentos, a exemplo das LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou elevação de impostos. "Eu não considero isso [a alta do IOF] aumento da carga tributária, porque a sua vida vai continuar", disse ontem, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo. "Nós estamos provocando o morador da cobertura a pagar uma parte do condomínio", avaliou.
Na Câmara, o ministro reforçou a posição. Haddad apresentou dados sobre o desempenho da economia, defendeu as correções desejadas com a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 e reafirmou que as medidas compensatórias atingem somente os mais ricos.
Terras raras são cobiçadas por Trump. Os locais atraem a atenção por serem palco da extração de componentes essenciais para a fabricação de chips, celulares, e veículos. "São produtos químicos de extremo interesse para os EUA e a todo momento Trump tem colocado que ele quer facilidade nessas transações", diz Alison Correia, analista da Dom Investimentos.